
Na tentativa de não deixar o blog desatualizado, estarei postando alguns off-topics que tenho feito nos últimos dias como trabalhos para a faculdade, que têm tomado meu tempo integralmente. Vou começar com um artigo sobre o filme Apenas o Fim, em cartaz desde o dia 12 de junho.
Está em cartaz nas principais salas do Rio de Janeiro o filme “Apenas o fim”. Marca o início da carreira de um diretor considerado por muitos críticos como um prodígio, Matheus Souza. Com apenas vinte anos de idade e em seu primeiro longa, Matheus, que cursa o curso de Cinema na PUC-Rio, já conquistou seus primeiro prêmios que chamam a atenção: o de Melhor Filme segundo o Júri Popular, no Festival do Rio 2009 e o da mesma categoria na 32ª Mostra de São Paulo. Em destaque também, as exibições em festivais internacionais como o de Rotterdam, na Holanda e Madrid, capital espanhola.
Matheus escreveu o roteiro durante o segundo ano de faculdade e foi incentivado por Mariza Leão (Meu Nome Não é Johnny), professora da PUC. Um fator curioso foi o custo de produção: apenas oito mil reais, considerado baixo para os padrões cinematográficos. Isso se deve especialmente ao auxílio dado pela própria universidade, contribuindo com locação (o filme é praticamente todo filmado lá), equipamentos e alunos.
O filme se baseia no fim do relacionamento de um casal de namorados, interpretados por Gregório Duvivier, famoso por suas atuações em comédias teatrais (Apocalipse e Z.É- Zenas Emprovisadas) e Erika Mader. A segunda resolve simplesmente largar a família, amigos e mudar de cidade (ou país, não definido durante a estória) e comunica ao namorado que eles tem apenas mais uma hora juntos. Durante a caminhada pela PUC eles discutem o que foi bom e ruim na relação e encontram amigos inconvenientes, desconhecidos e relacionamentos antigos.
Mas afinal, no que se diferencia essa comédia ‘água com açúcar’ para ser tão brilhante? A resposta é simples: o texto. As referências de assuntos dessa nova geração pop, que hoje está completando seus vinte anos de idade, criam uma atmosfera irreverente à trama. Usar a rivalidade entre Sony e Nintendo em uma discussão de casal, ou referências sobre vídeo-game, desenhos animados, brinquedos e até mesmo sobre o maior trauma dessa geração (descobrir que a Vovó Mafalda era homem) foi uma sacada bem interessante e divertida. O garoto é um nerd clássico, que usa óculos do seu avô, roupas pouco convencionais e pretende se formar em cinema. Qualquer semelhança com o diretor não é meramente coincidência, pois Matheus disse que se inspirou muito nele mesmo para criar a personagem. Já ela, é uma bela jovem que, como tantas por aí, tem muitas dúvidas na cabeça e resolve fugir do mundo que vive para tentar achar a sorte e a felicidade em outro lugar.
Como pontos positivos, podemos citar também a atuação brilhante de Gregório, que encarnou muito bem o texto, mostrando uma naturalidade espantosa, que pode ser creditada à sua experiência em peças de improviso. Por outro lado, a trilha sonora foi pouco explorada, tendo como destaque a quase óbvia presença de uma canção da banda Los Hermanos, grupo que melhor retrata esse público universitário carioca. Aliás, acho que é nisso que o filme se destaca: representar muito bem essa geração que ouve Los Hermanos e Strokes e volta e meia entra em conflito interno entre jogar videogame ou curtir uma balada com os amigos.
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